segunda-feira, 30 de abril de 2012

No inglês não há nenhuma palavra que traduza o sentimento de saudade.

Sabe, é bem verdade que pensar muito enlouquece. Eu não recomendo que você o faça, a menos que já esteja como eu. Aliás, o que seria a loucura afinal? Não se encaixar nessa realidade e viver uma paralela? Porque, bem, eu me encaixo. Encaixo-me nisso de não me encaixar.

Andei delirando sobre o surgimento da ironia. Em meu devaneio, ela nasceu de um profundo desprezo pela comunicação. Procure entender: Não é como se desprezassem a palavra pela qual se comunica, mas como se repudiasse a necessidade de fazê-lo.

Isso acontece quando a sua crítica àquilo que foi dito é tão forte e óbvia pra você, que a única forma de fazê-la sem deixar que soe banal é fazendo com que as palavras digam o contrário dos seus pensamentos. E o mais interessante é que aquilo que era pra representar a vontade de não ter precisado dizer uma palavra, foi entendido como uma das muitas formas de linguagem!

Mas isso faz de nós bons intérpretes dos símbolos da linguística ou maus entendedores?
Será o hábito de traduzir os sentimentos, ânsias, impulsos e vontades em conjuntos de letras sinal de que não os entendemos bem ou de que perdemos a capacidade de nos expressar sem palavras?

Sinceramente, caro companheiro de devaneio, eu ainda não decidi que rumo devo tomar para terminar essa discussão. Encontro-me com os dedos travados, incapazes de prosseguir e expressar uma opinião da qual não tenho absoluta certeza. Ou melhor dizendo, da qual não tenho certeza alguma.

Peço desculpas por não poder responder as minhas próprias perguntas, mas que mal lhe pergunte, já teve a sensação de que saudade, por exemplo, é uma palavra pequena demais pra demonstrar todo o sentimento?

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Palavras novas melhorariam textos como esse.

 Percebi nesses últimos dias que sou bastante consumista. Felizmente, ou talvez nem tanto, pro bem do mundo, ou talvez nem tanto... enfim... Seja como for, meu consumismo se resume as palavras. Notei-me vasculhando toda e qualquer coisa que me sirva de fonte a procura daquelas, ainda muitas, desconhecidas por mim.

 Essa minha necessidade de novos significados, certamente está relacionada a uma outra, a qual já mencionei outras vezes: a necessidade que eu tenho de me expressar. Tento fazer o melhor que posso unindo todas as formas de expressão que eu encontro, mas ainda sim não me sinto satisfeita. Sobra sempre muita falta. Falta de significado, de significância.

 Nosso íntimo é complexo demais para que a gente possa se dar ao luxo de querer que algum outro ser desvende nossos mistérios.

 Por que não traduzir juntando letrinha por letrinha?
Para que "coisar" a vida tentando vivê-la como um conto de fadas?
(Ou seria mais certo chamar de faz-de-conta?)

 É claro que toda forma de comunicação é valida. O corpo, as mãos, os olhos... Eles também tem seu papel. O problema é que tem gente sobrecarregando esses meios e esquecendo de nossa grande porta de saída de informações. Exit. Xô. Deixem que as palavras saiam pela boca e vejam o quão mais leve a comunicação será.

 Todo bom conhecedor de palavras conhece o prazer de analisar cada conjunto de letras ao passo que são ditas. Todo bicho-do-mato seria surpreendido se fosse mostrado o quanto é dito mesmo quando é dito tão pouco. E é tão importante!

 Eu preciso dizer muito. Sempre. Eu preciso de novos conjuntos de significados. Eu sou uma eterna amante das palavras e agradeceria se cada pessoa me apresentasse uma nova parceria.

sábado, 14 de abril de 2012

Entender é uma questão de sentir.

O que eu sinto é puro.
Eu não o quero como minha posse, apesar de adorar que ele queira ser. O meu querer é de não possuir. É o simples querer de estar à mercê.
Eu poderia ser qualquer coisa que ele quisesse de mim só pra vê-lo feliz.
Eu não posso negar nada a quem merece tudo, posso?
Ninguém nega o céu aos anjos e pássaros.
E eu não posso amarrar suas asas. Nem quero. Eu quero a feroz liberdade de sua natureza me fazendo feliz. Como fez até hoje. Como ainda fará.
Soa estranho eu dizer que não o quero. Eu o quero talvez não mais que tudo, mas mais que muito.
Mas quando digo que o quero livre, falo do seu espírito. É seu espírito que nunca deve ser aprisionado. Quem olhar pros seus olhos quando ele sorri solto, entenderá.
Ou talvez não. Talvez precise de certo tato pra sentir aquela luz. Mas eu vejo. E brilha. Reluz.
Eu amo aquela criatura de tantas formas diferentes que talvez seja incondicional. Porque, bem, eu amo aquela existência. Eu admiro. É belo e simples.
Porque, também, aquela luz me iluminou. De dentro pra fora e extravasou pelos olhos.
Porque eu tenho muitos ‘porquês’ pra isso.
E talvez, eu tenha ‘talvez’ o bastante pra responder os ‘porquês’ incertos. Mas não consigo dizer exatamente o que se passa porque o que eu sinto é puro.
Puro sentimento. Pura alma.
E completo.


(Escrito em 06/01/2012)