terça-feira, 25 de junho de 2013

Sonhos que eu queria viver.

O vento sopra
O tempo esfria
De noite acordo pra me cobrir

Uso lençol
Por cima edredom
Em casulo me enrolo
E aninho

Tento dormir 

Com pé ainda gelado
Dedos gelados
Rosto amassado
Conforto não tem

Tanto aperto os olhos
Quase olho pra dentro
Volto ao sonho
Espero o embalar do sono

Não vem

Não olho o relógio pra não vê-lo rodar
Num constante parar
E então seguir

Acostumo com a pouca claridade
Vejo formas disformes de passagem
Em cada minuto, incabível eternidade
Enlouqueço por só meus pensamentos ouvir

Faço-me companhia 
Fantasiando acordada
Histórias pr'eu dormir
Coisas que nem vivi

O dia raia
O sol já brilha
De manhã me descubro a mim.

terça-feira, 4 de junho de 2013

(Mesmo que no futuro se repita o passado) O agora é um presente. O novo sempre vem.

  2013 é o ano da mudança.


  Novidades vieram se anunciando calma e lentamente desde meados do ano que passou, mas foi uma surpresa para mim quando, de repente, notei muitas coisas diferentes a minha volta. Acho que isso é como envelhecer: a gente sabe que um dia a juventude vai embora e se olha todo dia no espelho sem notar nada diferente, até que em uma manhã que tinha tudo para ser como qualquer outra nos assustamos ao encontrar a primeira ruga ou fio de cabelo branco. 

 Não tive festa de 15 anos pra me apresentar para a sociedade como mulher. Não quis. Não vi propósito. Dia 16 de setembro de 2010 eu era a mesma menina que fui dia anterior. Eu tive festa de formatura. Formatura. Formação. Eu estava formada e isso sim tem algum significado.


 Não, meu corpo ainda não foi tatuado pelo tempo como lembrete de que tudo passa, inclusive a Vida. Eu estou apenas começando a aprendendo agora a caminhar com meus próprios pés. 
Dezessete anos de vida e apesar de ter feito tudo o que fiz, ainda sou a mesma que vivia como meus pais.

 Mas o que significa isso de começar a caminhar com os próprios pés? Significa que é hora de colocar em prática tudo que aprendi até hoje e continuar com o aprendizado. Significa se desfazer das ilusões e adaptar a perspectiva romântica que acompanha a inocência à realista. Saber lidar com a realidade, com a rejeição e o não. Mas acima de tudo, significa ter paciência.

 Crescer é entender quem nós somos, o tempo, os limites e o outro.

 Em 2013 eu cresci como pessoa.

* * *

                                                         REF.: Maria Rita - Como Nossos Pais