segunda-feira, 5 de março de 2012

Sede da liberdade.

Eu descobri que tenho necessidade de liberdade. Mas não é aquela liberdade que te é concedida por alguém, ou a prevista, a que todos têm, ou aquela que se pode invejar. Necessito daquela liberdade que é cedida por nós e para nós mesmos.

Sabe aquela coisa de que só temos a cara de quem somos quando estamos sozinhos? Eu quase concordo. Quase. Pra mim, entra aí a questão de que quando estamos sozinhos, ficamos sem vergonha, despudorados, livres de qualquer amarra que possa nos prender aos nossos receios. Mas nossos receios também nos caracterizam.

Essa necessidade de estar livre de mim tem me perseguido, até mesmo, dentro do aconchego do meu quarto, que é até bastante meu. Por que, ?! Parei pra pensar nisso. Eu não cheguei a nenhuma conclusão imediatamente. Pelo contrário. Isso ficou me espetando por muito tempo sem eu saber de onde vinham aquelas espetadinhas. Mas aí eu comecei a lembrar de fragmentos de coisas passadas e, o que no início não fez muito sentido pra mim, por fim me mostrou a origem das espetadas.

A primeira coisa que me veio a cabeça foi minha mãe me dizendo pra eu tomar cuidado por estar só de lingerie, porque meu pai poderia ver. Lembrei também de ter visto um móvel antigo e dizer pra minha mãe que o queria e que ia pintar de amarelo... Lembro da expressão que ela fez com tom de reprovação. Lembro das roupas que ela me disse serem estranhas e dos quadros que eu não queria pendurar e tive que fazer.

Essas pequenas liberdades que foram tiradas de mim eram as liberdades que eu queria me conceder. E quero agora.

Papai e Mamãe que me perdoem: Não vejo a hora de criar minha sede da liberdade. No mundo real, é só um pequeno apartamento com uma banheira, cama desfeita, geladeira cheia de chocolates, um móvel colorido, uma mesa de café com marca de copo, livro na cabeceira e eu. Eu com muito mais possibilidade de "sim" do que "não".

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